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Consequências do “tarifaço” de Trump podem sair caro

01 de agosto, 2025
3 minuto(s) de leitura

EUA enfrentam inflação e crescimento fraco após aumento recorde de tarifas

O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva impondo tarifas sobre 66 países, com alíquotas variando de 10% a até 41%, nesta que é considerada a maior escalada tarifária dos Estados Unidos nas últimas décadas. Apesar de manter os mercados globalmente estáveis até o momento, economistas e instituições internacionais já alertam para um aumento de inflação e desaceleração econômica nos próximos meses.

Tarifas recordes e receita federal

Segundo o The Budget Lab (Yale), a média efetiva das tarifas dos EUA em 2025 está estimada em 22,5%, a maior taxa desde 1909. Na comparação com o início do ano, a carga tarifária saltou de apenas 2–3% para cerca de 17–18% . Esse aumento elevou os preços ao consumidor em 2,3% em média, o que representa uma perda de poder de compra de aproximadamente US$ 3.800 por família em 2024.

O Tesouro dos EUA arrecadou US$ 124 bilhões em tarifas até 25 de julho, com expectativa de alcançar os US$ 300 bilhões até o fim de 2025. A proposta visa reforçar as receitas federais e estimular investimentos, mas traz efeitos colaterais agudos.

Impactos na economia doméstica

De acordo com projeções do Penn Wharton Budget Model, as tarifas anunciadas reduzirão o PIB em cerca de 0,9 ponto percentual em 2025, com impactos persistentes que levarão a US$ 180 bilhões anuais de perda em produção econômica. A longo prazo, as tarifas podem reduzir o PIB real dos EUA em até 6% e os salários em 5%, com perda de cerca de US$ 22 mil para famílias de classe média ao longo da vida.

Economistas do Oxford Economics e do U.S.-China Business Council estimam que 245 mil empregos já foram perdidos devido às tarifas desde 2018, e que represálias comerciais reduziram ainda mais as exportações.

Efeitos globais e reequilíbrio comercial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima o crescimento global de 2025, projetando 3%, e para os EUA, 1,9%, apesar das tarifas. Já a OCDE prevê resultados mais pessimistas: crescimento dos EUA limitado a 1,6% em 2025 e inflação de até 3,9%, bem acima da taxa ideal, podendo adiar cortes de juros pelo Fed.

Só pela elevação das tarifas em 2025, os preços para famílias americanas subiram entre US$ 1.200 e US$ 1.450, segundo a Tax Foundation. Esses impactos pressionam o consumo interno, ameaçam reduzir a confiança do consumidor e podem comprometer a política econômica da administração.

Reação dos mercados e investidores

O mercado de ações dos EUA segue em patamares recordes, impulsionado pela força do setor de tecnologia e estabilidade macroeconômica aparente. No entanto, instituições financeiras estão realocando carteiras por receio de que os riscos tarifários estejam sendo subestimados: quase metade dos investidores institucionais considera os efeitos negativos ainda por vir.

Quem mais sofre: Alemanha, Índia e China

O impacto varia conforme a dependência comercial com os EUA. A Alemanha, fortemente exportadora para o mercado americano, pode ver seu crescimento encolher mais de meio ponto percentual, por conta de tarifas de até 15% sobre automóveis e peças.

Já a Índia, mesmo com tarifas de 25%, depende em menor grau do mercado americano (cerca de 2% do PIB), o que mitiga o efeito imediato. Além disso, países como Vietnã e Filipinas podem se beneficiar da transferência de cadeias produtivas por conta da preferência tarifária.

Resumo dos principais riscos

  • Inflação crescente e perda de poder de compra dos consumidores
  • Redução do crescimento econômico e da renda real das famílias
  • Prejuízos nas exportações e empregos afetados em setores estratégicos
  • Riscos para mercados e confiança institucional
  • Reorganização do comércio global e formação de novos blocos econômicos

Embora Donald Trump celebre a arrecadação recorde e eventuais acordos comerciais, os efeitos adversos sobre preços, crescimento e competitividade democrática ainda estão se desenrolando. O “tarifaço” trouxe recursos à União, mas impôs custos diretos aos consumidores e à capacidade produtiva do país. Se as projeções corretas, o legado econômico do período será de sacrifício doméstico e incerteza global — e não apenas vitória fiscal.

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