Capital federal lidera região, mas ocupa apenas o 18º lugar no ranking nacional de cidades inteligentes.

Brasília é reconhecida como a cidade mais inteligente do Centro-Oeste, conforme o ranking Connected Smart Cities (CSC) 2025, uma avaliação das cidades mais avançadas em transformação digital no Brasil. No entanto, a capital federal ocupa apenas a 18ª posição no cenário nacional, indicando que, apesar de sua liderança regional, ainda há desafios a serem superados para alcançar as grandes cidades do país.
O destaque de Brasília na região Centro-Oeste é resultado de diversas iniciativas voltadas à digitalização e modernização dos serviços públicos. Entre essas ações, as políticas de governo eletrônico e os projetos de dados abertos são os principais responsáveis pelo avanço da cidade, colocando-a à frente de outras capitais e municípios da região. A transformação digital tem sido um pilar importante no desenvolvimento da cidade, impactando diretamente áreas como educação, saúde, mobilidade urbana e gestão pública.
Embora Brasília se destaque no Centro-Oeste, a capital federal precisa continuar a inovar para melhorar sua posição no ranking nacional. A 18ª colocação no cenário geral reflete a necessidade de aprimorar sua infraestrutura e aplicar novas soluções para enfrentar desafios urbanos. Além disso, o ranking também destaca Goiânia, Campo Grande, Lucas do Rio Verde (MT) e Cuiabá entre as cidades mais inteligentes do Centro-Oeste, que, embora se beneficiem do crescimento do agronegócio na região, ainda enfrentam questões relacionadas à sustentabilidade e ao manejo ambiental.
Esses fatores fazem parte do debate sobre cidades inteligentes, que não se limita apenas ao avanço tecnológico, mas também a uma gestão mais eficiente dos recursos naturais e da qualidade de vida dos cidadãos. O agronegócio é uma força econômica importante na região Centro-Oeste, mas é preciso encontrar formas de equilibrar o crescimento econômico com práticas ambientais mais sustentáveis, especialmente em um contexto de mudanças climáticas.
O ranking nacional de cidades mais inteligentes, realizado pela Plataforma Connected Smart Cities em parceria com a SPin — Soluções Públicas Inteligentes e a Scipopulis, mostra que Vitória, no Espírito Santo, ocupa a primeira posição no país, seguida por Florianópolis, Niterói (RJ), São Paulo e Curitiba. Esses resultados refletem a eficácia de políticas públicas voltadas para a inovação, a digitalização dos serviços e o desenvolvimento de soluções sustentáveis.
O estudo de 2025 também trouxe novos parâmetros de avaliação. Para determinar as 100 cidades mais inteligentes do Brasil, o ranking considerou 75 indicadores distribuídos em 13 áreas temáticas, incluindo economia e finanças, meio ambiente, mobilidade urbana, educação, saúde e inovação. Pela primeira vez, o estudo contemplou todos os mais de cinco mil municípios do país, proporcionando uma visão mais abrangente e detalhada do cenário nacional.
Em termos de indicadores específicos, o ranking revela diferentes líderes em áreas essenciais para o desenvolvimento urbano. Niterói (RJ) se destaca na área de economia e finanças, enquanto Santana de Parnaíba (SP) lidera no eixo de educação. Angra dos Reis (RJ) é a cidade com o melhor desempenho em habitação e planejamento urbano, refletindo o avanço no ordenamento e na qualidade de vida das áreas urbanas. No setor de inovação e empreendedorismo, Florianópolis é considerada um polo tecnológico, com seu grande número de startups e empresas do setor de tecnologia.
Além disso, o estudo destaca Salvador como a líder em população e condições sociais, evidenciando os esforços para melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos. Curitiba, por sua vez, se mantém como referência em sustentabilidade, especialmente em gestão de resíduos sólidos e esgoto, enquanto Barretos (SP) se destaca no eixo de saúde, segurança alimentar e agricultura local/urbana.
Esses indicadores demonstram que o conceito de cidade inteligente vai além da tecnologia. Embora a digitalização e a implementação de dados abertos sejam componentes importantes, outras áreas, como educação, saúde, sustentabilidade e inclusão social, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de uma cidade inteligente.
A cidade de Brasília, mesmo mantendo sua liderança no Centro-Oeste, deve seguir investindo em novas soluções tecnológicas, mas também em práticas mais integradas de sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida urbana para alcançar uma posição mais expressiva no ranking nacional. A transformação digital é apenas uma parte do caminho, e é preciso que as políticas públicas integrem todas as áreas da sociedade para que a cidade possa superar os desafios e continuar a se destacar, tanto regional quanto nacionalmente.
Portanto, Brasília, enquanto líder regional no Centro-Oeste, continua com seu papel de vanguarda em termos de inovação, mas ainda tem um longo caminho a percorrer para se tornar uma referência mais forte entre as grandes cidades inteligentes do Brasil.