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Golpe do milho: quadrilha provoca prejuízo de R$ 120 milhões

07 de outubro, 2025
3 minuto(s) de leitura
Golpe do milho: quadrilha provoca prejuízo de R$ 120 milhões
Polícia de Goiás desarticula esquema que lesou produtores de milho no Brasil inteiro.

Polícia de Goiás desarticula esquema que lesou produtores de milho no Brasil inteiro.

Golpe do milho foi o nome dado à operação policial que desarticulou uma quadrilha especializada em aplicar fraudes em produtores rurais de todo o Brasil. Com um prejuízo estimado em R$ 120 milhões, o golpe envolvia a comercialização de milho, prejudicando o agronegócio e colocando em risco a confiança dos produtores. A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Operação Agrofraude, investigou e prendeu diversos membros de uma rede criminosa que atuava com estelionato virtual, utilizando um esquema conhecido como “golpe do falso intermediário”.

A ação ocorreu na manhã de terça-feira (7/10), e teve como foco principal o grupo criminoso que tinha ramificações em várias regiões do país, inclusive no Distrito Federal. Segundo o Grupo Especial de Investigações Criminais de Rio Verde (8ª DRP), a quadrilha se especializou em fraudar transações de milho, utilizando a modalidade de estelionato conhecida por enganar corretores e produtores rurais.

Em Rio Verde (GO), mais de 10 pessoas foram lesadas pelo golpe, com um prejuízo aproximado de R$ 1 milhão. Entre as vítimas, destaca-se um produtor que transferiu R$ 270 mil para as contas dos criminosos, acreditando que estava realizando um negócio legítimo. Os estelionatários se passavam por compradores de milho e, de forma ardilosa, convenciam os corretores a realizar grandes transações, para depois desaparecerem com o dinheiro.

De acordo com a investigação, foram identificados 41 envolvidos diretamente com o esquema criminoso, com movimentações financeiras que ultrapassaram R$ 120 milhões ao longo de cinco anos. Os criminosos não tinham renda compatível com o valor movimentado, o que levantou suspeitas entre as autoridades. A polícia solicitou, então, 81 mandados judiciais, que incluem prisões, apreensões de bens, buscas e bloqueios de contas bancárias. As ações ocorreram em estados como Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas, Acre, Piauí e no Distrito Federal.

Como funciona o golpe do milho

O “golpe do milho” é uma fraude bem estruturada. Os golpistas entram em contato com corretores legítimos de grãos de milho, se passando por compradores interessados na mercadoria. Agindo de boa-fé, os corretores fornecem informações sobre os produtos, imagens e detalhes para que o negócio seja fechado.

Depois, os criminosos, já de posse dessas informações, buscam outros corretores e se fazem passar por produtores rurais. Eles estabelecem uma negociação direta com a vítima e convencem os corretores a transferirem o dinheiro para contas bancárias fraudulentas. O golpe, geralmente, é finalizado por meio de transferência bancária, o que torna difícil rastrear os criminosos até que eles desapareçam completamente com o dinheiro.

Em Rio Verde, por exemplo, um dos golpes envolveu a transferência de R$ 270 mil para os golpistas, enquanto outras vítimas tiveram prejuízos menores, mas igualmente prejudiciais para o agronegócio local. O impacto da fraude foi amplo, atingindo especialmente pequenos e médios produtores, que ficaram vulneráveis à ação de criminosos que sabiam exatamente como explorar as fraquezas do sistema.

A PCGO, ao longo da operação, prendeu diversos suspeitos e apreendeu material que comprova o funcionamento da quadrilha, como documentos e registros bancários. Em alguns casos, os criminosos usavam empresas de fachada e contas bancárias abertas em nomes falsos, dificultando a identificação e prisão dos envolvidos.

A repercussão e as consequências

O golpe do milho não apenas causou um grande prejuízo financeiro aos produtores rurais, mas também gerou um clima de desconfiança dentro do setor agrícola. A operação da Polícia Civil de Goiás foi vista como um passo importante para recuperar a confiança do agronegócio em uma das maiores economias do Brasil.

Com a apreensão de bens e o bloqueio de contas bancárias, as autoridades tentaram minimizar os danos causados pela quadrilha. A operação, que visava desmantelar uma rede criminosa de grande escala, foi um exemplo de como o agronegócio precisa estar atento à fraude e à ação de criminosos que se aproveitam de vulnerabilidades em sistemas de comercialização de grãos.

Além do prejuízo financeiro, muitos produtores enfrentam agora a perda de confiança no mercado, que pode afetar diretamente suas negociações futuras. A Polícia Civil de Goiás segue investigando o caso e a possibilidade de mais envolvidos no esquema criminoso.

O golpe do milho, que gerou um prejuízo estimado em R$ 120 milhões, expõe a fragilidade de alguns setores do agronegócio frente às fraudes e crimes cibernéticos. A Operação Agrofraude, ao desmantelar a quadrilha e prender diversos membros, foi um passo importante para proteger os produtores rurais e restaurar a confiança nas transações comerciais do setor. O alerta para a vigilância constante no mercado de grãos e a importância de investir em medidas de segurança são agora mais evidentes do que nunca.

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