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Brasileiros em Gaza: Itamaraty diz que grupo deve deixar zona de conflito nesta sexta-feira (10)

09 de novembro, 2023
2 minuto(s) de leitura
Estrangeiros saindo de Gaza
Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Os 34 cidadãos brasileiros que esperam para sair da Faixa de Gaza já têm autorização para cruzar a fronteira nesta sexta-feira. A informação é do Itamaraty, que divulgou a previsão de repatriação após negociações entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen – ocasião em que ele admitiu que os brasileiros não puderam sair na quarta-feira, como previamente garantido, devido a fechamentos inesperados da fronteira.

Brasileiros em Rafah, Gaza
Foto: Reprodução

A autorização para sair da região é coordenada por autoridades do Egito e de Israel. Os brasileiros, que atualmente se encontram em Khan Younes e Rafah, perto da fronteira com o Egito, têm a expectativa de que sejam resgatados pelo governo brasileiro em Al Arish, cidade egípcia localizada a 53 km de Gaza, onde o Egito permitiu o pouso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

Até agora, mais de 3.400 estrangeiros, 36% deles com passaportes americanos, foram autorizados a sair de Gaza. A situação no enclave palestino é particularmente complexa, pois a passagem de Rafah é o único ponto de trânsito para pessoas e mercadorias, e o acesso é altamente restrito. Autoridades da região divulgam diariamente as listas das pessoas autorizadas a sair da zona de conflito, inclusive com data e hora.

Embarque

Com a proximidade da autorização para a saída dos brasileiros, a FAB, que tem um avião VC-2 modelo Embraer 190 em Cairo, está pronta para transportar o grupo. Espera-se que eles embarquem na madrugada de sábado (11), e cheguem ao Brasil no domingo (12). Equipes da Embaixada do Brasil no Egito estão planejadas para se deslocar até Rafah para auxiliar no resgate dos cidadãos brasileiros.

Crianças brasileiras em Gaza
Foto: Reprodução/ Agência Brasil

O grupo deve ser recebido na Base Aérea de Brasília pelo presidente Lula, além de equipes do Itamaraty e outras autoridades do governo.

Jogo de empurra

Desde a divulgação da primeira lista de estrangeiros que poderiam deixar Gaza, havia uma crescente expectativa de que o grupo brasileiro seria um dos primeiros a deixar a região – o que não aconteceu.

Em intensos esforços diplomáticos, Israel vem afirmando que não está fazendo nada para impedir a saída dos brasileiros de Gaza. Já o Egito afirmou que precisou fechar as fronteiras por segurança, após uma suspeita de que integrantes do grupo terrorista Hamas estariam infiltrados em ambulâncias e grupos de estrangeiros.

Para piorar, algumas declarações de integrantes do governo brasileiro andaram desagradando autoridades israelenses.

Celso Amorim
Foto: Reprodução/ Itamaraty

Em uma conferência sobre a guerra que aconteceu nesta quinta-feira na Europa, com líderes de quarenta países e funcionários da ONU, o Brasil foi representado pelo assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim. No encontrou, ele pediu um cessar-fogo imediato, e chegou a comparar as mortes de civis, sobretudo crianças, a um genocídio.

A declaração teve uma repercussão negativa, e foi criticada inclusive por especialistas em relações internacionais, que afirmam que o termo “genocídio” só pode ser mencionado após uma investigação rigorosa, o que dependeria de um cessar-fogo.

Alguns especialistas acreditam que a fala de Amorim pode prejudicar as relações diplomáticas entre o Brasil e Israel. O presidente da Federação Israelita de São Paulo também criticou a postura de Celso Amorim, afirmando que a postura de Israel jamais foi a de “exterminar” inocentes.


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