Brasileiro conquista o 8º lugar na pista mais extremada do mountain bike e inspira o ciclismo nacional

Foto: Perfil pessoal do Instagram
No domingo, 27 de julho de 2025, o downhill brasileiro teve um marco: o atleta Roger Vieira alcançou a 8ª posição no Red Bull Hardline Wales, competição considerada a mais radical do mountain bike downhill global. Em trilhas íngremes no vale Dyfi, no País de Gales, Roger encarou saltos gigantes, rochas escorregadias e raízes traiçoeiras, mantendo a estabilidade em um percurso que exige técnica, força mental e controle total do ritmo.
Trajetória e desempenho de Roger Vieira
Campeão nacional de downhill em 2024, Roger soma experiência internacional e desempenho consistente em circuitos da UCI World Cup. No ranking mundial de 2025, ocupa a 36ª posição com 297 pontos, sua melhor marca até o momento.
Durante a fase de “seeding”, Roger registrou o tempo de 2min41s110, ficando em 8º lugar entre cerca de 80 competidores e com diferença de +12,568 segundos para o líder Asa Vermette. Na final, seu tempo caiu para 2min36s045, mantendo a 8ª colocação geral e superando nomes consagrados como Gee Atherton e Felipe Agurto.
Essa apresentação reafirma o domínio técnico de Roger em pistas com características híbridas, que mesclam freeride e downhill, além de demonstrar sua evolução constante em provas de maior pressão.
O Hardline Wales e seus desafios únicos
Desenhada pelo ex-atleta Dan Atherton, a pista de vale Dyfi se reafirma como a mais severa do calendário. Ela reúne:
- Saltos colossais e seções de rocha e raízes soltas;
- Descidas acentuadas com clima instável e terreno traiçoeiro;
- Atualizações anuais que inserem novos obstáculos, mantendo a prova sempre imprevisível.
A combinação de freeride e downhill tradicional torna o evento um teste definitivo de coragem, técnica e controle sob condições extremas.
Pódio: Asa Vermette e Louise Ferguson
No masculino, o americana Asa Vermette, de apenas 18 anos, tornou-se o campeão mais jovem da história do Hardline, com tempo de 2min24s477 – cerca de 1,681 s à frente do britânico Charlie Hatton, e 5,019 s à frente do irlandês Rónán Dunne.
Entre as mulheres, a escocesa Louise Ferguson, de 29 anos, fez história ao se tornar a primeira mulher a completar a subida e a primeira campeã feminina do evento, finalizando em 3min44s593.
Resultados da final – Top 5 Masculino
Posição | Atleta | País | Tempo |
---|---|---|---|
1º | Asa Vermette | EUA | 2:24.477 |
2º | Charlie Hatton | GBR | 2:26.158 |
3º | Rónán Dunne | IRL | 2:29.496 |
4º | Tuhoto‑Ariki Pene | NZL | 2:29.673 |
5º | Bernard Kerr | GBR | 2:30.430 |
8º | Roger Vieira | BRA | 2:36.045 |
O percurso eliminou muitos favoritos por quedas e furos. O traçado rochoso e úmido desafiou até pilotos veteranos como Bernard Kerr e Gee Atherton durante a fase de classificação.
Importância do resultado para o Brasil
A performance de Roger Vieira em um evento dessa magnitude consolida o ciclismo brasileiro no cenário mundial. O top 8 reforça sua visibilidade em meios especializados e atrai atenção de patrocinadores. Também serve de inspiração para jovens atletas que buscam competir nos eventos mais extremos, promovendo o crescimento do MTB de alta performance no Brasil.
Perspectivas para o futuro
Com o resultado no Hardline, Roger deve intensificar sua participação nas provas da UCI World Cup, além de eventos de freeride e downhill extremo como o Hardline Tasmania. O objetivo para 2026 é evoluir ainda mais e alcançar o pódio. A entrada consistente no ranking mundial fortalece sua posição entre os atletas mais promissores da modalidade.
Roger Vieira firmou-se como referência em downhill extremo ao enfrentar com técnica e coragem uma das pistas mais difíceis do planeta. Seu desempenho em Dyfi marca um novo capítulo para o esporte nacional e abre portas para conquistas futuras comparáveis às de lendas do mountain bike global.