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Câmara retira mandato de 7 deputados
Câmara retira mandato de 7 deputados

Câmara retira mandato de 7 deputados por sobras

31 de julho, 2025
2 minuto(s) de leitura
Câmara retira mandato de 7 deputados

STF revisa regras eleitorais e Casa convoca novos representantes

Brasília (DF) – A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou oficialmente na quarta-feira (30/7) a perda de mandatos de sete parlamentares, em função de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que revisou as regras de distribuição das chamadas sobras eleitorais.

A medida impacta deputados de quatro unidades da Federação: Amapá, Distrito Federal, Tocantins e Rondônia. Os parlamentares destituídos são:

  • Gilvan Máximo (Republicanos-DF)
  • Augusto Puppio (MDB-AP)
  • Lebrão (União-RO)
  • Lázaro Botelho (PP-TO)
  • Professora Goreth (PDT-AP)
  • Silvia Waiãpi (PL-AP)
  • Sonize Barbosa (PL-AP)

Quem assume os mandatos

Com a retotalização dos votos com base nas novas interpretações, as cadeiras passará a ser ocupadas por:

  • Professora Marcivânia (PCdoB-AP)
  • Paulo Lemos (PSol-AP)
  • André Abdon (Progressistas-AP)
  • Aline Gurgel (Republicanos‑AP)
  • Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
  • Rafael Bento (Podemos‑RO)
  • Tiago Dimas (Podemos‑TO)

Por que houve a substituição

Em março, o STF considerou inconstitucionais regras eleitorais que limitavam o acesso às “sobras” – vagas remanescentes após o cálculo do quociente eleitoral – apenas a partidos com ≥80% do quociente e candidatos com ≥20% desse índice.

Além de invalidar essa norma, a maioria dos ministros estabeleceu que a nova interpretação deveria valer retroativamente à eleição de 2022, provocando a retotalização em diversos estados

O que são as sobras eleitorais

Nas eleições proporcionais, após distribuir vagas pelas cotas do quociente eleitoral, capitais ou vagas extras (sobras) são redistribuídas com base em critérios matemáticos (como o método das médias). A legislação contestada restringia essa redistribuição apenas a partidos com desempenho mínimo; agora, todos os partidos podem disputar essas vagas, inclusive com candidatos abaixo dos limites anteriores.

Reação dos parlamentares afetados

Um dos ex-deputados, Gilvan Máximo (Republicanos‑DF), anunciou que iniciará uma greve de fome dentro da Câmara em protesto. Ele criticou que não houve julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — previsto pela Constituição para perda de mandato — nem ampla defesa no STF: “Uma aberração. Nunca na história da democracia sete deputados eleitos foram cassados dessa forma”.

A Câmara chegou a recorrer ao STF para contestar a aplicação imediata da decisão, mas os ministros já haviam formado maioria a favor da substituição.

Impactos políticos e representativos

  • A mudança fortalece bancadas estaduais no Amapá, Rondônia e Tocantins, refletindo um rearranjo político inesperado.
  • Questiona-se a segurança jurídica para eleitos sob regras aplicadas à época.
  • O episódio expõe um exemplo de como decisões judiciais podem alterar a composição de representantes quase três anos após a eleição.

A perda dos mandatos atesta a força do entendimento do STF sobre regras eleitorais e acarreta uma reorganização da representação federal quase três anos após o pleito. Ao mesmo tempo, expõe tensões entre legalidade, legitimidade democrática e segurança jurídica. O protesto dos parlamentares destituídos, com greve de fome, reforça a dimensão política e emocional da controvérsia.

Enquanto isso, novos nomes assumem o mandato em Brasília — e a discussão sobre a validade retroativa de decisões eleitorais segue rendendo debate no Congresso, na Justiça e na opinião pública.

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