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Golpe digital do PCC fake extorque R$ 300 mil no DF

02 de setembro, 2025
3 minuto(s) de leitura
Golpe digital do PCC fake extorque R$ 300 mil no DF
A quadrilha aplicava golpes em homens que acessavam sites de acompanhantes ou de relacionamentos. Após fazerem o primeiro contato, os criminosos, sob falsa identidade de prestadoras de serviços, passavam a ameaçar as vítimas com dados pessoais e familiares obtidos por meio de invasões virtuais. Usando a notoriedade do PCC, forjavam uma ligação com a facção e exigiam o pagamento de um "valor da facção".

Quadrilha usou ameaças do PCC para extorquir vítimas em sites de acompanhantes no Distrito Federal.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou uma operação nesta terça-feira (2/9) para desmantelar um esquema de extorsão digital envolvendo uma facção criminosa que usava o nome do PCC, a maior organização criminosa do Brasil. De acordo com as investigações, a quadrilha enganou cerca de 250 vítimas, entre elas, 80 somente no Distrito Federal, com um prejuízo estimado de R$ 300 mil em 2025.

Como o golpe foi aplicado

A organização criminosa se aproveitou de homens que procuravam acompanhantes em sites de relacionamento e serviços para aplicar o golpe. Inicialmente, as vítimas eram abordadas por falsas prestadoras de serviços. Após o primeiro contato, a quadrilha começava a agir de maneira agressiva, usando dados pessoais das vítimas para forjar uma conexão com o PCC.

O grupo, especializado em extorsão digital, coletava informações confidenciais das vítimas, como endereços e nomes de familiares, por meio de invasões virtuais em redes sociais e dispositivos pessoais. Esses dados eram então usados para intimidar e ameaçar as vítimas.

A ameaça do “valor da facção”

O golpe seguia uma escalada de intimidação. Após o contato inicial, os criminosos exigiam um pagamento como compensação pelo “tempo da acompanhante”, mesmo sem que o encontro tivesse acontecido. Quando as vítimas resistiam ao pagamento, os criminosos se passavam por membros do PCC e exigiam um “valor da facção”, elevando a ameaça.

Os golpistas enviavam áudios e vídeos com ameaças explícitas, onde apareciam armados, citando informações privadas sobre as vítimas e seus familiares. Esses ataques psicológicos geraram medo, fazendo com que muitos pagassem os valores exigidos para evitar possíveis represálias.

A estrutura da quadrilha

A investigação da PCDF, realizada pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), revelou que a organização criminosa operava de forma descentralizada, com células espalhadas por diversos estados. Montes Claros (MG) era identificado como um dos principais focos dessa atividade criminosa, conhecido por ser um polo de organizações que aplicam golpes digitais.

A quadrilha era composta por membros em diversas funções, como liderança, logística, suporte financeiro e contatos diretos com as vítimas. Para dificultar o rastreamento dos valores ilícitos, os criminosos usavam uma rede de contas bancárias e chaves Pix distribuídas por várias regiões do Brasil.

Operação Black Widow: um golpe contra a facção criminosa

A operação da PCDF, denominada Black Widow, cumpriu 10 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão contra integrantes da facção criminosa com sede em Montes Claros. Até agora, já foram identificadas 250 vítimas no Distrito Federal, e o prejuízo estimado só na capital é superior a R$ 1 milhão nos últimos cinco anos.

De acordo com a polícia, em 2025 o grupo já havia arrecadado cerca de R$ 300 mil, e a atuação do esquema se estendeu para outros estados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Piauí, causando prejuízos superiores a R$ 15 milhões em todo o país.

A evolução dos golpes digitais

A operação destaca a crescente sofisticação de organizações criminosas no Brasil, que têm utilizado a internet para cometer crimes de extorsão. A facção criminosa não apenas se aproveitou da notoriedade do PCC para amedrontar as vítimas, mas também usou técnicas avançadas de engenharia social e invasão de dados para obter informações sensíveis, criando um sistema de extorsão psicológico.

O uso de áudio e vídeo como ferramenta de ameaça tem mostrado ser eficaz, e a polícia acredita que o grupo usava o medo e a manipulação emocional para fazer com que as vítimas pagassem sem questionar. A operação da PCDF segue em andamento, com o objetivo de identificar e prender todos os membros da quadrilha.

Os golpes digitais, como o praticado pelo “PCC fake”, representam uma nova forma de crime organizado, cada vez mais sofisticada e perigosa. A Operação Black Widow foi fundamental para desmantelar esse esquema, mas é essencial que a população esteja atenta e denuncie casos semelhantes. O uso de dados pessoais e ameaças psicológicas para extorquir dinheiro evidencia a necessidade de mais vigilância digital e maior conscientização sobre os riscos da internet.

A PCDF segue investigando o caso e orienta que qualquer pessoa que tenha sido vítima de golpes como esse procure as autoridades e denuncie.

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