fbpx
Hospital Veterinário StarVet
Festival de Brasília celebra 60 anos com mais de 80 filmes
Evento terá mostras competitivas, homenagens a ícones do cinema nacional e sessões especiais no Cine Brasília

Festival de Cinema de Brasília celebra 60 anos

21 de agosto, 2025
3 minuto(s) de leitura

Evento terá exibições de longas e curtas, homenagens a ícones do cinema e sessões especiais no Cine Brasília

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro chega à sua 58ª edição celebrando seis décadas de existência. Entre os dias 12 e 20 de setembro, o Cine Brasília receberá mais de 80 filmes, em uma programação que combina mostras competitivas, paralelas e sessões especiais em homenagem à trajetória do evento mais longevo do audiovisual nacional.

Criado em 1965, o festival se consolidou como espaço de resistência cultural e vitrine para o cinema brasileiro, sendo interrompido apenas duas vezes durante a ditadura militar. Neste ano, a programação ganhou um dia extra em relação à edição anterior, ampliando o espaço para exibições e debates.

A abertura será marcada pela exibição de O agente secreto, de Kleber Mendonça Filho. A alta procura esgotou os ingressos rapidamente e levou a organização a programar uma sessão extra. O diretor e parte do elenco estarão presentes para conversar com o público após a projeção.

Mostras e diversidade

A Mostra Competitiva Nacional terá sete longas-metragens e 12 curtas, todos inéditos no Brasil. Os filmes selecionados vêm de sete estados diferentes — Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Paraíba, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul — e abordam desde temas históricos, como a escravidão, até visões futuristas. O vencedor do prêmio de melhor longa receberá R$ 30 mil, enquanto o curta vencedor será contemplado com R$ 10 mil.

A Mostra Brasília, dedicada à produção local, exibirá cinco longas e 11 curtas. Entre eles está Fogo Abismo, de Roni Sousa, que representa o Distrito Federal na disputa nacional. As mostras paralelas — Caleidoscópio, Festival dos Festivais, Coletivas Identidades e História(s) do Cinema Brasileiro — somam mais de 30 títulos, ampliando o olhar sobre a produção nacional.

Segundo o diretor artístico Eduardo Valente, a multiplicidade é essencial para o festival. “O cinema brasileiro é muito numeroso, não cabe apenas em uma mostra competitiva. É preciso garantir ao público a possibilidade de conhecer produções variadas e ampliar o debate.”

Homenagens e celebrações

A atriz Fernanda Montenegro será a grande homenageada da edição. Ela receberá o Troféu Candango pelo conjunto da obra. Em 1965, na primeira edição do festival, venceu o prêmio de Melhor Atriz por A falecida, de Leon Hirszman. Ao longo de sua carreira, esteve em 35 títulos exibidos em Brasília.

“Ela é a grande dama do cinema e do teatro nacional, uma personalidade essencial para ser celebrada neste momento de 60 anos”, destacou a diretora do festival, Sara Rocha.

Além de Fernanda, a cineasta Lucia Murat, a pesquisadora Ivana Bentes e o jornalista e crítico Chico Sant’Anna também serão lembrados por suas contribuições ao cinema brasileiro.

Ampliação e futuro

Este é o segundo ano consecutivo em que o festival conta com parceria da Câmara Legislativa do Distrito Federal. De acordo com Sara Rocha, o apoio trouxe avanços na metodologia e na curadoria. “A retomada de cinco dias de mostras dá ao festival a capacidade de absorver a programação mais extensa e oferecer visibilidade estratégica às produções.”

A diretora ressalta ainda que a exibição de O agente secreto só foi possível graças à credibilidade do festival. “A construção de um evento como este exige prospecção de longo prazo e mediação constante entre distribuidores e equipes. Isso garante segurança para que grandes filmes estejam em nossa programação.”

Um marco do cinema nacional

O Festival de Brasília é conhecido por unir público, realizadores e críticos em torno do cinema nacional. Mais do que premiações, é um espaço de diálogo e reflexão sobre o Brasil retratado nas telas.

Ao completar 60 anos, o evento reafirma sua importância como referência cultural e artística no país. Entre estreias, debates e homenagens, a edição de 2025 promete reforçar a vitalidade do cinema brasileiro e renovar o papel do festival como um dos mais relevantes encontros cinematográficos da América Latina.

Em destaque