Expansão leva aplicativo de emergência a mais delegacias e promete resposta rápida contra violência doméstica.

O DF amplia programa e dá mais um passo na proteção de mulheres vítimas de violência doméstica. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) anunciou que o Programa Viva Flor, até agora restrito às Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), será expandido para delegacias circunscricionais em diversas regiões administrativas. O lançamento da nova etapa ocorre nesta quinta-feira, 28.
O objetivo é garantir agilidade no atendimento às mulheres em situação de risco, sobretudo no intervalo entre o registro da ocorrência e a concessão das medidas protetivas pela Justiça. Segundo a SSP-DF, esse período é considerado crítico e exige respostas rápidas e preventivas.
Tecnologia como aliada
O programa funciona por meio de um aplicativo ou de um dispositivo eletrônico entregue à vítima. Com apenas um toque, é possível acionar a Polícia Militar. O alerta chega diretamente ao Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) ou ao Centro de Operações da PM (Copom), que mobilizam equipes para atendimento imediato.
O sistema permite ainda georreferenciamento, facilitando a localização da vítima e otimizando a resposta policial. Segundo especialistas da secretaria, esse recurso é fundamental para evitar a escalada da violência, já que o tempo de reação é determinante em casos de agressão.
Mais acesso, menos vulnerabilidade
A secretária de Segurança destacou que a ampliação do programa busca capilaridade. “Queremos que mulheres em qualquer região administrativa tenham acesso a esse mecanismo de proteção. A escolha das delegacias considerou a incidência de casos de violência e a necessidade de respostas rápidas”, afirmou.
De acordo com a pasta, cerca de 300 policiais civis e militares já foram capacitados para atuar no programa. Entre eles, agentes da Polícia Civil e equipes do Copom da PMDF. O treinamento incluiu protocolos de atendimento humanizado e técnicas que evitam a revitimização da mulher, em conformidade com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).
Como funciona a inclusão
O acesso ao Viva Flor pode ser determinado pela Justiça ou autorizado diretamente pelo delegado responsável pelo caso. Uma vez inserida no programa, a vítima recebe o aplicativo ou o dispositivo de acionamento, que funciona de forma sigilosa.
A partir desse momento, a comunicação entre a vítima e as forças de segurança torna-se imediata. Caso o agressor tente se aproximar, basta um toque para acionar a polícia, que acompanha a ocorrência em tempo real.
Impacto esperado
Autoridades avaliam que a expansão do programa reduzirá a vulnerabilidade das mulheres no DF, especialmente nos primeiros dias após o registro da ocorrência. “É nesse intervalo que muitas vítimas estão mais expostas. O Viva Flor é uma ferramenta para preservar vidas”, destacou um dos coordenadores da iniciativa.
Além da resposta imediata, o programa também serve como elemento de dissuasão, já que a possibilidade de acionamento rápido da polícia tende a inibir novas agressões.
Humanização do atendimento
Outro aspecto ressaltado pela SSP-DF é o caráter humanizado do programa. O treinamento das forças policiais incluiu práticas de acolhimento, escuta ativa e atenção às necessidades psicológicas das vítimas. “Mais do que segurança, queremos transmitir confiança e empatia às mulheres que procuram ajuda”, reforçou a secretaria.
Histórico e próximos passos
O Viva Flor já vinha sendo testado em caráter piloto nas Deams, com resultados considerados positivos. A expansão, segundo a secretaria, é apenas o primeiro passo para alcançar todo o território do Distrito Federal.
A pasta estuda integrar o sistema a outros serviços de proteção e assistência social, ampliando a rede de apoio. A expectativa é que, com o fortalecimento do programa, seja possível reduzir índices de reincidência e aumentar a confiança das mulheres na denúncia.
Um sinal de esperança
A ampliação do Viva Flor reflete uma tendência crescente de uso da tecnologia como ferramenta de proteção em situações de violência de gênero. Mais do que um aplicativo, o programa representa a possibilidade concreta de salvar vidas e oferecer segurança a mulheres que, muitas vezes, enfrentam o medo e a solidão após denunciar seus agressores.
Para as autoridades do DF, o recado é claro: violência contra a mulher não será tolerada, e cada minuto de resposta pode significar a diferença entre a vida e a morte.