Novo bairro aprovado pelo GDF, vai abrigar até 52 mil pessoas e contará com uso misto, infraestrutura pública e limite de altura para construções

Foto: Terracap/Reprodução
O Governo do Distrito Federal (GDF) aprovou a criação de um novo setor habitacional entre Vicente Pires e a Estrada Parque Taguatinga (EPTG). O projeto, batizado de Setor Jóquei Clube (SJC), prevê a construção de 17.300 apartamentos e lotes para comércio e serviços, com potencial para receber até 51.900 moradores.
A autorização foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal, por meio do Decreto nº 47.472, assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). O projeto urbanístico é de responsabilidade da Terracap, empresa pública de desenvolvimento territorial, com aprovação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh).
O novo bairro ocupará uma área de 2,27 milhões de metros quadrados e será construído com foco em uso misto. Isso significa que as edificações vão abrigar comércios no térreo e residências nos andares superiores. O objetivo é facilitar o dia a dia dos moradores e estimular a ocupação ordenada da região.
Equipamentos públicos e mobilidade planejada
Além das unidades habitacionais, o SJC contará com duas áreas de parque urbano, equipamentos públicos, como escolas, e uma subestação de energia elétrica. O projeto estabelece que serviços essenciais devem estar a, no máximo, 500 metros das moradias. A proposta também integra ciclovias, vias largas e acessos ao transporte público, como BRT e linhas de metrô nas proximidades.
A localização é considerada estratégica. O setor ficará entre Vicente Pires, EPTG e Via Estrutural, vias de ligação importantes do Distrito Federal. O governador já havia destacado, em 2021, que o local será um dos melhores para se viver em Brasília, por reunir acessibilidade e qualidade de vida.
Altura máxima e preservação da paisagem
Um dos pontos que chamou atenção no projeto foi a definição da altura das construções. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recomendou que os prédios tenham variações de altura, mas com um limite de 21 metros – o equivalente a seis andares. A medida visa manter a harmonia visual da região e evitar a verticalização excessiva.
A proposta inicial previa prédios mais altos, com até 60 metros. Após negociações e parecer técnico do Iphan, a altura foi ajustada para respeitar o conjunto paisagístico e a identidade urbanística de bairros vizinhos, como Águas Claras e Sudoeste.
Regularização e licitação
Com o decreto em vigor, a próxima etapa será o registro dos lotes em cartório, o que permite que os terrenos sejam licitados para construtoras e moradores interessados. A Terracap será responsável pelo processo de venda e concessão dos imóveis, incluindo áreas comerciais e institucionais.
Desde 2021, o projeto foi discutido em parceria com a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), que colaborou na elaboração técnica da proposta. A aprovação final ocorreu após a análise do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan), com ampla maioria dos votos favoráveis.
Impacto urbanístico e perspectivas
O Setor Jóquei Clube faz parte de uma política mais ampla de expansão planejada do DF. Com a pressão populacional sobre áreas como Vicente Pires e Taguatinga, o novo bairro surge como alternativa para reduzir ocupações irregulares, ampliar o acesso a moradias regulares e distribuir melhor a infraestrutura urbana.
A expectativa do governo é que a urbanização da área comece em 2026, após a conclusão dos trâmites legais e da infraestrutura básica. A longo prazo, o setor deve se consolidar como um polo habitacional de médio porte, com capacidade de impulsionar o comércio local e gerar empregos diretos na construção civil.