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Baixa Qualidade do Ar Aumenta Riscos de Doenças Respiratórias e Cardiovasculares no DF
A escassez de chuvas e o calor intenso favorecem a poluição do ar, trazendo impactos diretos à saúde dos brasilienses.

Doenças respiratórias e cardiovasculares aumentam com baixa qualidade do ar no DF

16 de setembro, 2025
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A escassez de chuvas e o calor intenso favorecem a poluição do ar, trazendo impactos diretos à saúde dos brasilienses.

Com o fim da temporada de chuvas e o prolongado período de seca no Distrito Federal, as condições atmosféricas têm se agravado, gerando uma preocupação crescente sobre os impactos na saúde pública. O aumento da poluição do ar, especialmente em áreas como Fercal e Jardim Zoológico, tem se intensificado devido à falta de precipitação e ao acúmulo de partículas suspensas no ar, que comprometem a qualidade do ar. A escassez de chuvas, com mais de 100 dias sem registros de precipitação e temperaturas que frequentemente ultrapassam os 35ºC, tem gerado um cenário preocupante para os habitantes da região.

O último boletim emitido pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) aponta para níveis elevados de poluentes, como o material particulado fino (MP10 e MP2,5), que são especialmente prejudiciais à saúde humana. Os resultados dos monitoramentos realizados nos meses de maio e junho confirmaram as altas concentrações dessas partículas em áreas como Fercal Oeste, Fercal Boa Vista e Jardim Zoológico. Em algumas dessas localidades, como em Fercal Boa Vista, os índices chegaram a ultrapassar a marca de 100 µg/m³, valores muito acima dos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O alerta para os danos causados por esses poluentes vem principalmente das partículas menores, como o MP2,5. Elas são tão pequenas que conseguem penetrar profundamente nos pulmões e alcançar a corrente sanguínea, o que aumenta significativamente os riscos de problemas respiratórios e cardiovasculares, além de contribuir para a mortalidade precoce. Segundo Andressa do Nascimento, gerente de Vigilância Ambiental da SES-DF, o material particulado tem se tornado o poluente de maior preocupação nas questões de saúde pública. Para os mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, os efeitos da poluição são ainda mais graves.

A gravidade dessa situação é confirmada pelos dados recentes do Ministério da Saúde. Entre os dias 24 e 30 de agosto, a concentração de partículas finas no ar ficou acima dos padrões recomendados pela OMS por mais de dois dias consecutivos. Esse período coincide com o auge da estiagem no Distrito Federal, quando a poluição atmosférica atinge seus níveis mais críticos.

Entre as faixas etárias mais afetadas, observa-se que os idosos, especialmente aqueles com mais de 60 anos, são mais suscetíveis a doenças cardiovasculares durante a seca, com um aumento expressivo de internações hospitalares. Em contraste, as crianças menores de 5 anos estão mais propensas a desenvolver problemas respiratórios. A relação entre o agravamento da qualidade do ar e o aumento de doenças respiratórias em crianças já é amplamente observada, e os números tendem a crescer conforme o período de seca se alonga.

As causas da poluição são múltiplas e complexas. Em sua maioria, as partículas finas que comprometem a qualidade do ar são provenientes de fontes como os veículos automotores, as emissões industriais, as queimadas rurais e urbanas, além da fuligem gerada pelos combustíveis fósseis. O MP2,5, descrito por especialistas como um “coquetel tóxico”, é cerca de 30 vezes mais fino que um fio de cabelo e torna-se mais prevalente nas épocas de seca, quando a falta de chuvas favorece a dispersão dessas partículas.

A SES-DF tem alertado para a necessidade de cuidados redobrados em períodos de seca, com a recomendação de que atividades físicas ao ar livre sejam evitadas, especialmente nos dias de alerta para a poluição. A hidratação constante também é fundamental, com a orientação de que os brasilienses bebam entre dois a três litros de água por dia para mitigar sintomas como dor de cabeça, cansaço e irritação nos olhos.

Com a última chuva registrada em 24 de junho, a situação só tende a piorar, o que exige uma resposta mais eficaz do sistema de saúde pública. “A colaboração entre a Vigilância Ambiental e os serviços de saúde é essencial para diminuir os impactos da poluição e proteger a saúde da população. A conscientização por meio de campanhas educativas, alertas em tempo real e medidas estruturais para reduzir as emissões poluentes são fundamentais”, reforça Andressa.

Diante desse quadro, a SES-DF recomenda, além de cuidados com a saúde, que a população fique atenta aos avisos de alerta emitidos pelos órgãos competentes. A prevenção é a melhor forma de evitar complicações e garantir o bem-estar durante o período crítico da seca, quando o risco de problemas respiratórios e cardiovasculares se torna mais iminente.

Portanto, é de extrema importância que a população do DF se conscientize sobre a qualidade do ar e adote medidas preventivas, como evitar atividades físicas intensas em áreas afetadas e intensificar o consumo de líquidos, para proteger a saúde, principalmente daqueles mais vulneráveis aos efeitos da poluição.

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