Em uma operação conjunta nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal conseguiram recapturar os dois presos que escaparam da Penitenciária Federal em Mossoró (RN). Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento fugiram do presídio de segurança máxima no dia 14 de fevereiro.
A dupla foi encontrada no começo da tarde, por volta das 13h30, no município de Marabá, sudoeste do Pará, a mais de 1.600 quilômetros de distância do presídio de Mossoró. De acordo com informações divulgadas em pronunciamento pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, os dois fugitivos foram presos em uma rodovia federal, e tinham a intenção de partir para fora do país.
Rogério e Deibson foram cercados em uma ponte na BR-222, de um lado pela PRF e do outro pela PF. Os dois fugitivos estavam cada um em um carro, e havia ainda um terceiro veículo dando apoio aos detentos. Os três carros foram apreendidos, e além dos fugitivos foram presos mais quatro comparsas. Com eles, foram apreendidos pelo menos oito celulares, um fuzil e dinheiro.
“Mudamos de estratégia quando soubemos que eles não estavam mais nas proximidades da penitenciária de Mossoró. Tínhamos mandado para lá, além das forças de segurança que já estavam trabalhando lá, a PF, a PRF, Polícia Penal Federal, Polícias Civil e Militar dos estados, havíamos mandado também cerca de 100 integrantes da Força Nacional. O envio da Força Nacional se deu não apenas para ajudar nas buscas, mas para dar segurança para a população local, pois os dois criminosos perigosos estavam, em tese, ameaçando os moradores daquela localidade. A mudança de estratégia consistiu em sairmos da busca física e trabalhar a partir da inteligência, sobretudo no inquérito da PF de Mossoró, essa mudança foi bem sucedida”, explicou Lewandowski.
Ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o ministro da Justiça disse que a recaptura dos detentos é uma vitória das forças de segurança e do combate ao crime organizado. Lewandowski disse ainda que os fugitivos vão voltar para o Presídio Federal de Mossoró: “os dois fugitivos voltarão para a penitência de Mossoró, completamente reformulada no que diz respeito aos equipamentos de segurança. Eles ficarão separados. Haverá vistorias diárias, a direção foi trocada, os protocolos foram reafirmados e aperfeiçoados, e de lá certamente não se evadirão”.
O diretor da PF afirmou que os outros quatro comparsas presos nesta quinta durante a operação de recaptura serão investigados. A suspeita é que pertençam a uma facção criminosa. “Agora, além do inquérito policial, [eles] também responderão pelo flagrante de armas e apoio à fuga desses cidadãos”, disse Andrei.
A fuga
Rogério e Deibson fugiram da penitenciária na quarta-feira de Cinzas. Foi a primeira fuga registrada no sistema penitenciário federal desde sua criação, em 2006, para isolar lideranças de organizações criminosas e presos de alta periculosidade.
A unidade de Mossoró estava passando por uma reforma interna, e as investigações preliminares apontaram que os dois detentos usaram ferramentas que encontraram soltas dentro do presídio para abrir o buraco por onde fugiram das celas individuais. Nessa terça-feira (2), a corregedoria-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou não ter encontrado qualquer indício de corrupção. O relatório da corregedoria, no entanto, apontou uma série de falhas que teriam cooperado para a fuga, e abriu processos administrativos para investigar alguns servidores.