DF tem maior índice de acesso à internet, streaming e dispositivos conectados, aponta pesquisa nacional do IBGE

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Brasília se consolida como a capital mais digital do Brasil. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24), pelo IBGE, o Distrito Federal lidera o ranking nacional de conectividade, com os maiores índices de acesso à internet, serviços de streaming e dispositivos inteligentes em lares brasileiros.
A pesquisa é parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e reflete os hábitos do último trimestre de 2024. Os números mostram que quase todos os domicílios do DF — 98% — estão conectados à internet, índice superior à média nacional. A capital federal também se destaca pelo uso de tecnologias que transformam a casa tradicional em residência inteligente.
Liderança em todos os indicadores
O Distrito Federal aparece na frente em quase todos os quesitos avaliados pelo IBGE. Dos lares brasilienses, 25,1% com acesso à internet já contam com equipamentos como assistentes de voz, câmeras de segurança e lâmpadas inteligentes. Trata-se do maior percentual entre todas as unidades da Federação.
A presença da banda larga fixa cresceu e superou a móvel, com 89,9% das casas optando por esse tipo de conexão. O celular, no entanto, continua sendo o principal meio de acesso: 99,1% dos internautas no DF usam o aparelho para navegar.
Streaming supera a TV paga
O consumo de mídia também mudou. Mais da metade dos lares — 55,9% — assinam serviços de streaming, como Netflix, Globoplay ou Amazon Prime. É o maior índice do país.
Apesar disso, a TV tradicional não foi abandonada. Entre os que assinam plataformas digitais, 95,6% ainda assistem à programação aberta ou por assinatura. O DF também é líder em pacotes de TV paga, com 37,1% de cobertura nos lares — embora esse número esteja em queda desde 2016, quando ultrapassava 53%.
Curiosamente, o principal motivo para não contratar TV por assinatura não é o custo, mas a falta de interesse: 53,9% dos entrevistados disseram não ver necessidade no serviço.
Tecnologia e renda andam juntas
A renda domiciliar influencia o tipo de tecnologia presente nos lares. Nas casas com televisores modernos — de tela fina —, a renda média é de R$ 3.634, quase o dobro da observada em residências com aparelhos antigos.
Ainda assim, quase todos os lares possuem algum tipo de televisão: 95,4%, sendo que apenas 2,5% ainda usam TVs de tubo. As modernas (LED, LCD e plasma) dominam completamente o cenário.
População conectada de ponta a ponta
O acesso à internet no DF também é o mais democrático do país. Em 2024, 95,9% da população com 10 anos ou mais — cerca de 2,7 milhões de pessoas — usaram a rede. As diferenças de acesso entre homens e mulheres são mínimas, e as disparidades raciais praticamente desapareceram.
O nível de instrução ainda faz diferença. Quase todas as pessoas com ensino superior (99,7%) usam a internet. Já entre os que não têm escolaridade, esse índice cai para 86,2%.
Outro destaque é a inclusão da população idosa: o DF tem a maior proporção de pessoas com 60 anos ou mais conectadas à rede — 84,8%. O número chama atenção em um país onde o envelhecimento da população cresce, mas o acesso à tecnologia ainda encontra barreiras.
Conectividade na prática
A pesquisa mostra que os brasilienses usam a internet principalmente para comunicação. Chamadas de vídeo ou voz são feitas por 95,9% dos usuários, enquanto 92,9% utilizam mensagens de texto.
O consumo de vídeo, música, redes sociais e serviços bancários também está entre os usos mais comuns. O smartphone é essencial: 93,9% das pessoas com 10 anos ou mais têm seu próprio aparelho.
Entre os poucos que ainda não acessam a rede — cerca de 114 mil pessoas —, o motivo principal não é financeiro. Mais da metade (52,6%) declarou que não sabe usar a tecnologia.
Com números expressivos em todas as faixas etárias, faixas de renda e tipos de uso, o Distrito Federal não apenas simboliza o centro político do país, mas também se posiciona como a capital digital do Brasil.